"Personagem homossexual não é problema, é solução", diz Glória Pires sobre "Flores Raras"
Na pele da arquiteta urbanista Lota de Macedo Soares em "Flores Raras", a atriz Glória Pires acredita que o filme dirigido por Bruno Barreto chega em um momento importante em que se discute no Brasil temas como a "cura gay". O longa narra o caso de amor entre Lota e a poetisa norte-americana Elisabeth Bishop, interpretada pela australiana Miranda Otto.
Não faltam cenas de beijos e carinhos entre as duas personagens. "O casal de mulheres é mostrado de uma maneira comum. O filme desmistifica o universo gay", disse Glória, nesta segunda-feira (5), durante entrevista em São Paulo. "O fato de a personagem ser homossexual não é problema, é solução. Como atriz, eu busco desafios e, quando você faz muita televisão, fica enquadrado. Quando o convite chegou, dei pulos de alegria".
Conhecida por seus papéis nos filmes da saga "O Senhor dos Anéis" ("As Duas Torres", de 2002, e "O Retorno do Rei", de 2003) e "Guerra dos Mundos", Miranda Otto disse que se sentiu sortuda por ter sido convidada para filmar o projeto no Rio de Janeiro. "Fiquei encantada com a beleza natural do país, a receptividade e noção de estética do povo brasileiro", afirmou a australiana.
A atriz admitiu, porém, que não aprendeu muitas palavras em português. "Sei pedir três doses de cachaça [uma das falas de sua personagem] e agradecer. Não sei falar muito mais do que isso". Miranda disse que ficou aliviada ao saber que a poeta não falava bem o português também.
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