Será que traição é, de fato, a melhor palavra para definir o affair do parceiro? Para a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, não. “‘Traição’ é uma palavra que implica uma coisa muito negativa. É sério trair alguém. Nós estamos constantemente sujeitos a estímulos que nem sempre vêm do parceiro fixo. Pode-se ter uma relação estável, amar a pessoa, ter vida sexual boa e ter relações extraconjugais. Outros profissionais podem dizer que essas relações decorrem de algum problema com o casamento, um ressentimento. Acho que, na maioria dos casos, as pessoas têm relações extraconjugais porque variar é bom. Ninguém aguenta comer a mesma coisa todo dia. Está na hora de começarmos a refletir sobre isso porque essa crença equivocada de que quem ama não transa com mais ninguém causa muito sofrimento”, diz acreditar.A ideia de que amar é desejar sempre a mesma pessoa pelo resto da vida nem sempre foi difundida. “A propaganda do amor romântico começou no século XII e começou a fazer parte do casamento na década de 1940. Ela prega que os dois amantes só têm olhos um para o outro, que é a alma gêmea, que nada vai faltar, que as necessidades serão atendidas, na fusão entre os amantes. Mentiras. Hoje, as pessoas acreditam nesse tipo de amor e acham que esse é o amor de verdade. Amor é construção social e cada época é de um jeito. O mais importante é que o amor romântico, a idealização do outro, está dando sinais de estar saindo de cena, o que é ótimo porque as pessoas vão viver muito mais felizes”, diz Regina. Os tempos mudam e, com eles, as antigas crenças dão lugar a novos padrões. “Estamos vivendo um momento que se caracteriza pela busca da individualidade, onde cada um quer desenvolver seu potencial. A grande viagem do ser humano é pra dentro de si mesmo. O amor romântico está deixando de ser sedutor, pois propõe o oposto do que as pessoas estão buscando hoje. A mudança de mentalidade é lenta, mas já há sinais disso. Daqui a um tempo, a maioria das pessoas não vai querer se fechar numa relação a dois. Vai preferir ter relacionamentos múltiplos ou poliamor. Nas décadas de 1950 e 1960, o divórcio era uma tragédia. Ser virgem era pré-requisito para casar. A época muda, a mentalidade das pessoas sobre o certo e o errado também”, prevê Regina.A especialista ainda diz acreditar que a fidelidade é superestimada pela sociedade. “Fidelidade é obsessão na cabeça das pessoas. Ninguém deveria se preocupar com isso, é bobagem. Para ficar bem na relação, é preciso fazer para si mesma apenas duas perguntas: ‘Me sinto amada?’, ‘Me sinto desejada?’. Bastam essas duas perguntas. Se a resposta for ‘sim’, está tudo ótimo. O que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito, não é da minha conta. Se as pessoas entendessem isso, o sofrimento seria muito menor. A cultura diz que quem ama não transa com mais ninguém. Mas não tem nada a ver. Até pode ter a ver com a paixãozinha de estar conhecendo alguém novo, mas é passageiro. Somos regidos pelo mito do amor romântico”, defende.Se o amor pelo outro existe por fatores alheios à sua vida sexual, a psicanalista afirma que não existe justificativa para a necessidade de se “perdoar” uma traição. Para Regina, “desde que nascemos somos ensinados de uma porção de valores e a maioria deles deve ir pro lixo. Você gosta de uma pessoa por motivos que estão alheios a ela desejar outro ou não. Em um relacionamento muito longo, por exemplo, as mulheres tendem a perder o tesão pelo marido antes deles perderem por elas. Ele vira amigo, vira irmão. O maior problema na falta de tesão no casamento é justamente a exigência de exclusividade, o maior vilão. Se o casamento é segurança, a insegurança pode ser boa para a conquista. Exigência de exclusividade afeta várias áreas da relação amorosa. Está mais do que na hora de as pessoas refletirem sobre isso. O amor não deve ter nada a ver com a vida sexual do parceiro. Ama-se por outros motivos que estão alheios a isso”.
Fonte: Mais de 50
Bem, quando a traição não deixa "sequelas". Filhos, então. Qual é a mulher que quer dividir os bens com os seus filhos?
Se o parceiro está fazendo o mesmo, fica indolor, mas se não for o caso, é muito dificil o outro aceitar.
Outro dia estava assistindo um programa de TV, onde os casais iam a um "swing", para se relacionarem com outros casais, numa boa. Outros, num baile funk, onde ninguém era de ninguém e todo mundo "pegava" todo mundo.
Como o mundo está evoluindo, talvez daqui há algum tempo, já nem exista casamento. Todo mundo será livre para transar com quem quiser e, se tiver filhos....
Bem, isso é com o futuro. Lá eles saberão como resolver.
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